Sobre o prato
Eu gosto de pratos que contam uma história da região. O jacaré com cream cheese é um desses: simples na concepção, com personalidade no sabor.
Meu nome é Antônio Albaneze, chef do restaurante Mangaba. Neste texto eu explico a receita, dou dicas práticas e falo com franqueza o que funciona (e o que eu mudaria).
Ingredientes (serve 4)
- 800 g de carne de jacaré, em cubos (ou tiras)
- 200 g de cream cheese
- 2 dentes de alho picados
- 1 cebola média picada
- 1/2 xícara de vinho branco (opcional)
- 1 colher de sopa de manteiga
- 2 colheres de sopa de óleo vegetal
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
- Salsinha picada para finalizar
Modo de preparo
Comece temperando a carne com sal, pimenta e alho. Eu gosto de deixar marinar por 20 a 30 minutos se estiver com tempo.
Em uma frigideira quente, aqueça o óleo e sele os cubos de jacaré em porções para não juntar água. A carne tem uma textura firme, então o objetivo é dourar, não cozinhar demais.
- 1) Sele a carne até dourar; reserve.
- 2) Na mesma frigideira, coloque a manteiga e refogue a cebola até ficar translúcida.
- 3) Deglaceie com o vinho branco rapidamente, raspando os sabores do fundo (isso é como limpar o palco: traz tudo junto).
- 4) Volte a carne para a frigideira e adicione o cream cheese em fogo baixo.
- 5) Mexa até formar um molho cremoso e uniforme; corrija o sal e a pimenta.
Finalize com salsinha e sirva imediatamente. Eu costumo acompanhar com arroz branco ou uma polenta macia — é uma combinação que casa bem com o contraste da carne firme e do molho cremoso.
Dicas práticas
Jacaré é uma proteína magra; se você cozinhar demais, ela fica seca. Outra coisa: o cream cheese é ali para dar gordura e textura, então não tente substituir por algo muito leve sem ajustar a receita.
- Se não achar jacaré, use peixe firme ou frango como alternativa, mas aviso: o caráter do prato muda.
- Para um toque acentuado, um pouco de raspas de limão ao final funciona bem.
Minha opinião honesta
Meu paladar é direto: eu gosto da textura do jacaré quando bem feito — firme, mas suculento. O cream cheese funciona como ponte, suaviza e traz cremosidade sem esconder o sabor da carne.
No entanto, para mim, o risco é o excesso de cremosidade. Se exagerar no cream cheese, o prato vira algo indistinto, sabe? É como se você cobrisse uma boa pena com um cobertor pesado — perde a identidade.
Em resumo: eu faço, eu sirvo no Mangaba quando quero oferecer algo regional com toque contemporâneo. Gosto do resultado, mas mantenho o equilíbrio para não mascarar a matéria-prima.